Preâmbulo

Este blogue pretende constituir um espaço de registo e divulgação dos trabalhos e actividades da comunidade escolar sobre acontecimentos, realizações, percursos e personalidades da Primeira República.

No 1º. centenário da implantação da República queremos juntar-nos às comemorações, estabelecendo um diálogo entre a Escola, o meio local e os eventos de carácter nacional.

Celebrar a República implica também um olhar sobre as raízes ideológicas do republicanismo e dos princípios e valores que orientaram o discurso e a acção de personalidades que marcaram os acontecimentos ou que, de alguma forma, se evidenciaram nos domínios cultural e artístico.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A emancipação feminina (I)



Em 1848, nos E.U.A., inicia-se o movimento de emancipação feminina, com a “Declaração de Sentimentos de Seneca Falls”. As mulheres americanas, a propósito da luta pelo fim da escravatura, já questionada pela Filosofia das Luzes, interrogam-se sobre o próprio estado de sujeição, tutela e submissão em que vivem. Comparativamente, elas eram também escravas das leis, dos preconceitos, das injustiças e desigualdades que as mantinham num estatuto de inferioridade na família e na sociedade.





No mundo dito ocidental, outras mulheres se interrogaram e puseram em causa as normas que, por imperativos sociais, económicos e políticos as condenaram à sombra do homem, pai, marido, filho, irmão ou tutor; as remeteram ao silêncio e recato do lar, onde se anulavam como pessoas em benefício dos outros, onde os trabalhos e os cuidados eram desvalorizados porque de tão repetitivos parecem invisíveis, apesar de constituírem o pilar da ordem familiar e social.



Em Portugal, embora mais lentamente que nos países centrais, sentem-se também os ventos de mudança. Um punhado de mulheres ousa questionar... e ... reivindicar. São mulheres cultas e decididas que apostam na educação e na escrita, porque acreditam que o saber é o mais precioso dos bens e as ideias podem transformar o Mundo. Tornam-se mediadoras culturais, ensinando, traduzindo e escrevendo livros, publicando poesia, contos e artigos, fundando, dirigindo e administrando jornais e revistas.
Na 2ª. metade do século XIX, surgem alguns periódicos femininos consagrados à ilustração das mulheres, onde um grupo transgressor defende ideias emancipadoras, denuncia problemas, propõe soluções e reclama o lugar a que se julga com direito.



1849 – Assembleia Literária de Antónia Gertrudes Pusich
1868 – A Voz Feminina de Francisca Wood
1869 – O Progresso de Francisca Wood
1870 – O Almanaque das Senhoras de Guiomar Torrezão
1883 – A Mulher de Elisa Curado
1888 – O Recreio das Salas de Alice Moderno
1898 – A Ave Azul de Betriz Pinheiro
1902 – Sociedade Futura de Ana de Castro Osório e Olga M. Sarmento da Silveira


1849

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