segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
A emancipação feminina (I)
Em 1848, nos E.U.A., inicia-se o movimento de emancipação feminina, com a “Declaração de Sentimentos de Seneca Falls”. As mulheres americanas, a propósito da luta pelo fim da escravatura, já questionada pela Filosofia das Luzes, interrogam-se sobre o próprio estado de sujeição, tutela e submissão em que vivem. Comparativamente, elas eram também escravas das leis, dos preconceitos, das injustiças e desigualdades que as mantinham num estatuto de inferioridade na família e na sociedade.
No mundo dito ocidental, outras mulheres se interrogaram e puseram em causa as normas que, por imperativos sociais, económicos e políticos as condenaram à sombra do homem, pai, marido, filho, irmão ou tutor; as remeteram ao silêncio e recato do lar, onde se anulavam como pessoas em benefício dos outros, onde os trabalhos e os cuidados eram desvalorizados porque de tão repetitivos parecem invisíveis, apesar de constituírem o pilar da ordem familiar e social.
Em Portugal, embora mais lentamente que nos países centrais, sentem-se também os ventos de mudança. Um punhado de mulheres ousa questionar... e ... reivindicar. São mulheres cultas e decididas que apostam na educação e na escrita, porque acreditam que o saber é o mais precioso dos bens e as ideias podem transformar o Mundo. Tornam-se mediadoras culturais, ensinando, traduzindo e escrevendo livros, publicando poesia, contos e artigos, fundando, dirigindo e administrando jornais e revistas.
Na 2ª. metade do século XIX, surgem alguns periódicos femininos consagrados à ilustração das mulheres, onde um grupo transgressor defende ideias emancipadoras, denuncia problemas, propõe soluções e reclama o lugar a que se julga com direito.
1849 – Assembleia Literária de Antónia Gertrudes Pusich
1868 – A Voz Feminina de Francisca Wood
1869 – O Progresso de Francisca Wood
1870 – O Almanaque das Senhoras de Guiomar Torrezão
1883 – A Mulher de Elisa Curado
1888 – O Recreio das Salas de Alice Moderno
1898 – A Ave Azul de Betriz Pinheiro
1902 – Sociedade Futura de Ana de Castro Osório e Olga M. Sarmento da Silveira
1849
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário