Preâmbulo

Este blogue pretende constituir um espaço de registo e divulgação dos trabalhos e actividades da comunidade escolar sobre acontecimentos, realizações, percursos e personalidades da Primeira República.

No 1º. centenário da implantação da República queremos juntar-nos às comemorações, estabelecendo um diálogo entre a Escola, o meio local e os eventos de carácter nacional.

Celebrar a República implica também um olhar sobre as raízes ideológicas do republicanismo e dos princípios e valores que orientaram o discurso e a acção de personalidades que marcaram os acontecimentos ou que, de alguma forma, se evidenciaram nos domínios cultural e artístico.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As mulheres no Iluminismo

Este trabalho foi realizado pelos seguintes alunos/as da turma 4 do 11º. ano da ESBF:Ivo Tenreiro,Patrícia Silva e Tatiana Nunes.


Iluminismo
Conjunto de novas ideias que marcaram o séc. XVIII e que tinham por pilar a Razão Humana, tanto no campo científico (devido ao experimentalismo que levou a que o Homem se desse conta das suas potencialidades quase ilimitadas) como nos assuntos quotidianos em que promoveria a justiça e a igualdade entre todos.
As mulheres e o Iluminismo
•Todos eram dotados de direitos naturais e inalienáveis, onde se incluía o direito à educação, porem só aplicadas a elementos do sexo masculino.
•Instruídas não para auto-benefício mas sim o das suas famílias (sendo uma teoria aprovada por filósofos como John Locke e Jonathan Swift).
.Mulheres de todo o mundo decidiram dar um passo em frente e saírem da escuridão em direcção às Luzes, onde seriam dotadas de igualdade.

Madame Geoffrin
•Marie-Thérèse Rodet Geoffrin, nasceu em Paris em Junho de 1699.
•Casou-se aos 16 com Monsieur Geoffrin, e a partir de 1730 frequentou o salão de Madame de Tencin.
•Foi organizadora de um importante salão literário em Paris nos meados do século XVIII. Por lá passaram personalidades como Catarina a Grande, Diderot, Benjamin Franklin, David Hume, Madame de Pompadour, Montesquieu e Voltaire.
•Faleceu em Paris, em Outubro de 1777.

Olympe de Gouges
•Olympe de Gouges nasceu em 1748 no sudoeste da França.
•Casou-se em 1765 e teve um filho. Enviuvou e em 1770 transferiu-se para Paris.
•Em 1791, em resposta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escreveu a Declaração dos direitos da Mulher e da Cidadã.
•Escreveu o Contrato Social, nome inspirado na famosa obra de Rousseau, propondo o casamento com relações de igualdade entre os parceiros.

Marquesa de Chatêlet
•Gabrielle Émilie Le Tonnelier de Breteuil nasceu em França em 1706.
•Aos 19 anos casou com o Marquês de Châtelet-Lamon e teve três filhos. Aos 27 anos, voltou a frequentar a corte de Versalhes. Em 1735 foi viver com Voltaire. Relacionou-se com François de Saint-Lambert, de quem ficou grávida.
•Faleceu em 1749.
•Obras edificantes: “Dissertation sur la nature et la propagation du feu”, “Institutions de Physique” e a “Principia Mathematica” de Newton”

Madame de Pompadour
•Jeanne-Antoinette Poisson, nasceu em Dezembro de 1721 em França e foi amante de Luís XV
•Tornou-se “amante real” e chegou a conselheira do rei.
•Relacionou-se com membros do Iluminismo como Diderot, Voltaire e Rousseau.
•Faleceu em Paris em Abril de 1764.
Conclusão
Através da realização deste trabalho, aprofundámos os nossos conhecimentos sobre as mulheres que, pelos seus ideais, revolucionaram a sociedade de então, mudando o percurso da história até aos dias de hoje.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A emancipação feminina (II)






Mulheres que se destacaram no final do século XIX :
- Amélia Janny
- Ana Plácido
- Ana Marie Caron
- Angelina Vidal
- Catarina de Andrada
- Júlia de Gusmão
- Maria Águeda Rego de Makonelt
- Maria Amália Vaz de Carvalho
- Maria José Canuto
- Maria Rita Chiappe Cadet
... entre muitas outras.
Na viragem do Século, este grupo de mulheres dá lugar a outro que, também na imprensa, se vai assumindo como vanguarda mobilizadora de um movimento feminista que reivindica a igualdade de direitos entre os sexos.
No início, a convergência de ideais unia as mulheres conservadoras, monárquicas e republicanas.
Com a aproximação destas ao Partido Republicano, dá-se a cisão definitiva.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A emancipação feminina (I)



Em 1848, nos E.U.A., inicia-se o movimento de emancipação feminina, com a “Declaração de Sentimentos de Seneca Falls”. As mulheres americanas, a propósito da luta pelo fim da escravatura, já questionada pela Filosofia das Luzes, interrogam-se sobre o próprio estado de sujeição, tutela e submissão em que vivem. Comparativamente, elas eram também escravas das leis, dos preconceitos, das injustiças e desigualdades que as mantinham num estatuto de inferioridade na família e na sociedade.





No mundo dito ocidental, outras mulheres se interrogaram e puseram em causa as normas que, por imperativos sociais, económicos e políticos as condenaram à sombra do homem, pai, marido, filho, irmão ou tutor; as remeteram ao silêncio e recato do lar, onde se anulavam como pessoas em benefício dos outros, onde os trabalhos e os cuidados eram desvalorizados porque de tão repetitivos parecem invisíveis, apesar de constituírem o pilar da ordem familiar e social.



Em Portugal, embora mais lentamente que nos países centrais, sentem-se também os ventos de mudança. Um punhado de mulheres ousa questionar... e ... reivindicar. São mulheres cultas e decididas que apostam na educação e na escrita, porque acreditam que o saber é o mais precioso dos bens e as ideias podem transformar o Mundo. Tornam-se mediadoras culturais, ensinando, traduzindo e escrevendo livros, publicando poesia, contos e artigos, fundando, dirigindo e administrando jornais e revistas.
Na 2ª. metade do século XIX, surgem alguns periódicos femininos consagrados à ilustração das mulheres, onde um grupo transgressor defende ideias emancipadoras, denuncia problemas, propõe soluções e reclama o lugar a que se julga com direito.



1849 – Assembleia Literária de Antónia Gertrudes Pusich
1868 – A Voz Feminina de Francisca Wood
1869 – O Progresso de Francisca Wood
1870 – O Almanaque das Senhoras de Guiomar Torrezão
1883 – A Mulher de Elisa Curado
1888 – O Recreio das Salas de Alice Moderno
1898 – A Ave Azul de Betriz Pinheiro
1902 – Sociedade Futura de Ana de Castro Osório e Olga M. Sarmento da Silveira


1849

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cronologia da República (I)


1889 – Morre o rei D. Luís e sobe ao trono o rei D. Carlos.
1889/90 – Ultimato Inglês. Alfredo Keil compõe A Portuguesa.
1891 - (31.1.1891) – Revolta republicana no Porto. Matricula-se a 1ª.mulher na Universidade de Coimbra, Domitila Hormizinda Miranda de Carvalho.
1893/1894 – Decreto que regulamenta o trabalho das mulheres e das crianças nas indústrias, a licença de parto e a criação de creches nas empresas.
1895 – Reforma do ensino secundário de Jaime Moniz com a valorização da vertente humanista.
1900 – Congresso Anticlerical em Lisboa.
1905 – Criação da Liga da Educação Nacional.
- Maria Veleda fixa-se em Lisboa e torna-se professora-regente do Centro Escolar Republicano Afonso Costa.
1906 – Ditadura de João Franco e aumento da repressão aos opositores.
- Maria Veleda trava amizade com Ana de Castro Osório e Joana de Almeida Nogueira e torna-se oradora e propagandista republicana.
1907 – Maria Veleda é iniciada na Maçonaria por Magalhães Lima. Pertence ao Grupo de Estudos Feministas e é vice-presidente da Associação Fundadora das Escolas Maternais.
1908 - Regicídio.
- I Congresso Pedagógico de Instrução Primária e Popular. Simultaneamente, decorre o I Congresso Nacional do Livre Pensamento; Maria Veleda faz parte da Comissão Organizadora.
1909 – Congresso do Partido Republicano em Setúbal. Ana de Castro Osório representa a Liga.
–Maria Veleda publica o artigo «Carta a uma dama franquista» e é julgada e condenada por abuso de liberdade de imprensa. CONT.

Cronologia da República (II)


1910 (5 de Out.) - Implantação da República. Promulgação da Lei do Divórcio e das Leis da Família.
1911- Lei da protecção às crianças. Lei do Registo Civil obrigatório. Nova lei eleitoral. Lei da Separação da Igreja do Estado. Reorganização do ensino primário em três graus. e regime de coeducação.
1912 – António José de Almeida funda o Partido Evolucionista. Brito Camacho funda o Partido da União Republicana.
1913 – Novo Código Eleitoral que exclui inequivocamente as mulheres do direito de voto. Criação definitiva do Ministério da Instrução Pública.
1914 – Adelaide Cabete funda o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP).
– Início da 1ª. Guerra Mundial.
1915 – Governo ditatorial de Pimenta de Castro.
- Maria Veleda filia-se no Partido Democrático e funda a Associação Feminina de Propaganda Democrática.
1916 – A Alemanha declara guerra a Portugal. Governo da «União Sagrada».
- Fundação da Cruzada das Mulheres Portuguesas.
1917 – Parte para França o Corpo Expedicionário Português (CEP).
– Ditadura Militar de Sidónio Pais «República Nova».
1918 – Decretado o “sufrágio universal” (apenas para os cidadãos do sexo masculino).
– A Liga reclamou o sufrágio feminino ao Presidente da República.
– Sidónio Pais é assassinado.
1919 - Reorganização do ensino primário.
–Afonso Costa, em nome de Portugal, assina o Tratado de Versalhes.
1920 – Portugal é representado por Afonso Costa na 1ª. Assembleia da Sociedade das Nações.
–Reforma do ensino secundário.
–(19 de Outubro) «Noite sangrenta». Assassinato dos políticos republicanos António Granjo, Machado Santos e Carlos da Maia. Após estes acontecimentos, Maria Veleda abandona a actividade política e feminista.
1924– I Congresso Feminista e da Educação. CONT.

Cronologia da República (III)


1926 (28 de Maio) – Golpe de Estado chefiado por Gomes da Costa. Instauração da Ditadura Militar. Fim da I República.
1928 – Salazar toma posse como ministro das Finanças. Decretada a separação dos sexos nas escolas.
1930 – Ilegalização do Partido Republicano Português, prisão e deportação dos seus dirigentes.
1931 – A. sede da Maçonaria é fechada e selada
1933 – Entra em vigor a nova Constituição Política da República, depois de plebiscitada.
1936 – Carneiro Pacheco reforma o ensino primário e liceal.
-São criadas a Organização Nacional da Mocidade Portuguesa e a Obra das Mães pela Educação Nacional, da qual surgirá a Mocidade Portuguesa Feminina.
1939 – Início da 2ª. Guerra Mundial. Salazar decide-se pela neutralidade “colaborante”.
1945 (8 de Maio) – Fim da 2ª. Guerra Mundial na Europa.
– Criação do Movimento de Unidade Democrática, MUD.